Acidente espacial? NASA revela momento com satélite russo

Um satélite russo e uma espaçonave da NASA quase se chocaram por não serem manobráveis. Isso levou atenção para o lixo espacial

Nesta quarta-feira (28), por pouco uma possível colisão entre os dois veículos espaciais foi evitada, um incidente que teria resultado em uma grande quantidade de detritos orbitais. A espaçonave envolvida é a Thermosphere Ionosphere Mesosphere Energetics and Dynamics Mission (TIMED) da NASA, que passou a apenas 600 quilômetros de distância do satélite russo Cosmos 2221.

Nenhum dos aparelhos tinha capacidade de manobra, o que implica que não poderiam mudar suas trajetórias para evitar uma possível colisão, por sorte, isso não foi necessário. Conforme informado pela agência espacial dos Estados Unidos, uma colisão teria tido consequências desastrosas para a missão científica TIMED, encarregada de investigar o impacto do Sol e da atividade humana na mesosfera e termosfera da Terra.

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TIMED. (Foto: reprodução/NASA Science)

Acidentes espaciais

Apesar de evitar uma situação desastrosa, os cientistas alertam para os crescentes perigos decorrentes do aumento do número de satélites e detritos espaciais. Enquanto o Departamento de Defesa dos EUA monitora os 30 mil maiores fragmentos de detritos, uma quantidade significativa de objetos menores escapa à sua vigilância.

Os fragmentos menores constituem uma ameaça considerável tanto para os satélites em funcionamento quanto para a Estação Espacial Internacional, que teve que realizar manobras evasivas para evitar possíveis colisões. Diversas propostas foram apresentadas para lidar com esse problema em ascensão.

Uma alternativa propõe a utilização de lasers para desintegrar ou deslocar os detritos espaciais, ao passo que outra ideia envolve o envio de robôs especializados para realizar atividades de “limpeza” no espaço. A Agência Espacial Europeia (ESA) tem como plano implementar essa última solução até 2025, encarando-a como um ensaio para operações mais amplas no futuro.

Monitoramento da NASA

Os cientistas especializados em sustentabilidade espacial têm uma grande inquietação em relação aos satélites mais antigos e às fases de foguetes usadas, que permanecem em órbita a altitudes superiores a 800 km. Estes elementos representam uma questão preocupante devido à sua resistência em serem eliminados naturalmente da órbita devido ao arrasto residual da atmosfera terrestre.

Enquanto isso, os radares baseados na Terra, conforme informações do Space.com, têm a capacidade de detectar apenas objetos com dimensões superiores a 10 centímetros. De acordo com a ESA, estima-se que cerca de 34,5 mil desses objetos circulem em órbita ao redor do planeta.

Contudo, além desses fragmentos de detritos espaciais perceptíveis, existe uma quantidade considerável de objetos menores, variando de um a 10 centímetros, e aproximadamente 130 milhões de fragmentos ainda menores, com menos de um centímetro, que cruzam o espaço sideral.

Satélite soviético

Recentemente, houve o desmantelamento de um satélite de origem soviética, que já tinha mais de três décadas, enquanto estava em órbita terrestre a cerca de 1.400 quilômetros de altitude. Esse evento de desintegração, que provavelmente resultou de uma colisão com fragmentos espaciais, foi observado e registrado pelo astrofísico e especialista em detritos espaciais, Jonathan McDowell.

Conforme observado por McDowell, os destroços parecem estar associados ao satélite Kosmos-2143 ou ao Kosmos-2145, ambos parte de um conjunto de oito satélites Strela-1M lançados conjuntamente em um único foguete em 1991. A origem da desintegração da espaçonave Kosmos, conforme descrito por McDowell, permanece envolta em mistério e é provável que permaneça assim indefinidamente.

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