NUBANK FAZ DEMISSÃO EM MASSA APÓS ROMBO DA AMERICANAS

O rombo da Americanas que gerou a crise na varejista ainda vem causando efeito em outras empresas. O Nubank, por exemplo, anunciou, nesta terça-feira (31), uma nova série de demissões. Ao que parece, a fintech precisou demitir cerca de 40 pessoas, depois que precisou encerrar a área de Assessoria de Investimento do banco.

O Nubank vem respondendo a um movimento de “fuga” de investidores do fundo de investimento de renda fixa “Nu Reserva Imediata”, que tinha títulos representativos de dívida emitidos pela Americanas em sua carteira de investimento. As cotas desse fundo, vendido pelo Nubank como conservador, foram extremamente impactadas pelo colapso dos ativos ligados a Americanas na última semana.

O Nubank sofreu com uma retirada líquida de mais de R$ 466 milhões e outros 114 mil investidores deixaram o investimento. Essa ação ocorreu apenas dois dias depois da notícia de “inconsistência contábil” da Americanas, que registrou um rombo de R$ 20 bilhões em seus balanços. Mais tarde, a varejista ainda viria a revelar que a dívida da empresa era maior do que o dobro do que foi informado anteriormente. Em nota, o Nubank resolveu explicar a situação. Confira a nota na íntegra:

“O Nubank, como muitas empresas, realiza regularmente ajustes de acordo com as necessidades do negócio e de seus clientes. Depois de uma cuidadosa avaliação, a empresa decidiu encerrar o serviço de Assessoria de Investimentos, que estava disponível para uma pequena parcela de clientes. Na prática, os clientes seguem com seus recursos devidamente aplicados nos investimentos escolhidos, tendo acesso aos apps Nubank e NuInvest, assim como nossas plataformas de conteúdo, onde podem obter extenso material sobre investimentos e educação financeira”.

Com isso, os funcionários deste departamento específico foram desligados. O quadro de funcionários do Nubank aumentou de 6 mil para 8 mil funcionários em 2022 e, conforme já anunciado, a empresa segue contratando no ritmo adequado para seus planos de negócios em 2023.

O Nubank já vem passando por demissões

As últimas 40 pessoas demitidas não foram as primeiras e a crise na Americanas não foi o primeiro motivo a gerar demissões em massa. Em dezembro de 2022, a fintech fez um novo ajuste em seu quadro de funcionários e acabou demitindo cerca de 22 funcionários da área de recrutamento e seleção. Na época, o Nubank afirmou que as demissões se tratavam de uma “movimentação normal”. Desde então, o banco digital mudou seu ritmo de contratação, desacelerando até congelar algumas vagas em determinadas posições.

Reflexo da crise na Americanas

A Americanas possui 44 mil funcionários que estão com medo de uma possível demissão. A empresa está passando por uma recuperação judicial, o que não impede o fechamento de lojas e, consequentemente, a demissão de seus funcionários. Entretanto, a varejista e seus funcionários não são os únicos sofrendo com essa crise.

Além das demissões realizadas pelo Nubank, a contenção de gastos e a reestruturação com o enxágue do quadro de funcionários vem afetando outras empresas. Na última semana, por exemplo, o Me Poupe! e o Grupo Rico demitiram, juntos, mais de 160 funcionários.

Como ficam os credores

A Americanas tem, pelo menos, 16 mil credores. Com isso, a varejista está devendo a outras empresas, bancos e até mesmo pessoas físicas. O fato de a Americanas possuir muitos credores pode fazer esse processo ser ainda mais dificultoso, por isso, o processo que já é demorado, pode acabar durando anos.

O objetivo da varejista com a recuperação judicial é conseguir um prazo maior para a quitação de suas dívidas, além de conseguir renegociar os valores, conseguindo a aplicação de juros mais em conta. Assim, a ideia é de que a empresa consiga pagar seus credores e não peça falência, pois, caso decrete, todos sairiam prejudicados.

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