No último domingo (7), uma decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), colocou o bilionário Elon Musk, proprietário do X (anteriormente conhecido como Twitter), sob investigação. Sob acusações que incluem obstrução de justiça e incitação ao crime, a medida judicial também conecta Musk às investigações sobre milícias digitais devido a uma suposta “instrumentalização criminosa” da plataforma.
A repercussão internacional do caso se intensificou após Musk criticar a ação, a qual ele descreve como uma violação das leis brasileiras. Como parte da decisão, o X está proibido de desobedecer ordens judiciais, incluindo aquelas que bloqueiam perfis sob investigação pelo STF ou TSE. A desobediência acarretará multas significativas para a empresa, alimentando o debate sobre liberdade de expressão e regulamentação de plataformas digitais.
Países que bloqueiam o acesso ao X
Em meio à controvérsia envolvendo Musk no Brasil, muitos se perguntam sobre a situação do X em outros países. Ao redor do mundo, vários governos impõem restrições severas ao acesso a redes sociais, como forma de controlar o fluxo de informações e suprimir dissidências. A seguir, estão alguns dos países onde o X é bloqueado, cada um com seus próprios motivos e contextos históricos:
China
Na China, o bloqueio ao X foi implantado em 2009, antecedendo o aniversário da repressão na Praça Tiananmen. Este é apenas um exemplo do controle rigoroso sobre o conteúdo online e redes sociais, visando silenciar críticas ao governo.
Mianmar
Similarmente, em Mianmar, após um golpe de Estado em 2021, o regime militar rapidamente estendeu suas medidas repressivas à internet, bloqueando o X e outras plataformas, em um esforço para neutralizar protestos e comunicação entre opositores.
Irã
No Irã, desde os protestos da Revolução Verde, em 2009, o X permanece inacessível para a maioria dos usuários, parte de uma estratégia maior de bloqueio à informação externa.
Coreia do Norte
A Coreia do Norte mantém um dos acessos à internet mais restritos do mundo, com bloqueios extensivos a plataformas ocidentais, entre elas, o X, restringindo severamente a exposição de seus cidadãos a ideias e notícias externas.
Rússia
Na sequência da invasão à Ucrânia, a Rússia prosseguiu com o bloqueio ao X, em um momento onde controlar a narrativa se tornou fundamental.
Turcomenistão
No Turcomenistão, um controle similar sobre a imprensa e acesso à internet busca isolar as vozes da oposição e manter a população sob a influência exclusiva da narrativa estatal.
Impacto dos bloqueios do X
O caso de Elon Musk e o bloqueio do X em múltiplos países trazem à tona questões importantes sobre liberdade de expressão, controle estatal e o papel das plataformas digitais na sociedade moderna. Enquanto o debate continua, é inegável o impacto profundo que empresas como o X têm sobre o diálogo público e político ao redor do mundo.
A decisão contra Musk no Brasil e os bloqueios em outros países destacam a crescente tensão entre governos e plataformas digitais, em uma era onde a informação é tão acessível quanto controlada.