Sequestrador de ônibus no RJ era foragido de Minas Gerais há um ano

O homem feriu gravemente um rapaz durante o sequestro

As autoridades do Rio de Janeiro decretaram a prisão de Paulo Sérgio de Lima, de 29 anos, que feriu gravemente um homem e manteve 16 pessoas reféns em um ônibus na Rodoviária do Rio na terça-feira (12), um ano após um pedido do Ministério Público.

A decisão, ainda, determina a regressão da prisão domiciliar com tornozeleira para prisão no regime semiaberto por descumprimento das normas de monitoramento eletrônico. O sequestrador deve ser transferido da carceragem da delegacia para onde foi levado depois de se entregar para o sistema prisional. Como informado no mandado de prisão, ele ficará preso por nove anos e quatro meses.

Na decisão, o juiz Cariel Bezerra Patriota escreveu: “Inicialmente, consigno que o pedido de regressão de regime formulado pelo MP [Ministério Público] se deu em 20 de março de 2022 e, somente na data de hoje, depois das 18h, que, pela primeira vez, foi aberta conclusão em nome deste Magistrado, sendo certo que esta é a primeira oportunidade que tenho de decidir no processo“.

Estado de saúde do rapaz ferido gravemente

De acordo com a polícia, duas pessoas foram baleadas. Uma das vítimas levou três tiros e foi encaminhada para o Hospital Souza Aguiar. O homem, identificado como Bruno Lima de Costa Soares, de 34 anos, foi atingido no tórax e no abdômen. A segunda vítima foi ferida com estilhaços e atendida inicialmente no posto médico da própria rodoviária.

Histórico problemático

No dia 16 de abril de 2019, Paulo Sérgio foi preso em flagrante logo após assaltar passageiros de outro ônibus, que seguia pelo túnel Rebouças, em direção à Zona Norte do Rio de Janeiro.

Próximo à Avenida Paulo de Frontin, no Rio Comprido, Paulo Sérgio e um comparsa roubaram celulares de dois passageiros. Na sequência, eles desceram do ônibus e roubaram os celulares de outras quatro pessoas que estavam paradas em um ponto de ônibus.

Paulo Sérgio tentou se evadir correndo entre os carros, mas foi preso por policiais militares e levado para a 6ª DP. Ainda preso, em setembro de 2019, foi julgado e condenado pela 23ª Vara Criminal do Rio a 8 anos de prisão em regime fechado. Já em outubro de 2020, conseguiu na Vara de Execuções Penais (VEP) o direito de progredir do regime fechado para semiaberto.

Em março de 2022, passou do semiaberto para prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica. Segundo o processo, Paulo Sérgio descumpriu as regras do monitoramento eletrônico. Por conta disso, a Secretaria de Administração Penitenciária comunicou à VEP.

Mais a frente, em dezembro de 2022, o então juiz da VEP, Marcelo Rubioli, determinou que Paulo Sérgio apresentasse justificativa. Esse era o último despacho do juiz que constava no processo. Em março do ano passado, o MP pediu à VEP que decretasse uma nova prisão de Paulo Sérgio e que ele retornasse ao regime semiaberto.

Nesta quarta-feira (13), o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro informou que irá investigar o episódio: “A Corregedoria Geral da Justiça do Estado do Rio de Janeiro determinou a abertura de sindicância apuratória para verificar o motivo da demora da decisão da Vara de Execuções sobre a regressão de regime de cumprimento de pena de Paulo Sérgio de Lima. O pedido teria sido feito pelo Ministério Público em março de 2023“.

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