Como investir reserva de emergência de forma segura?

Depois do recente caso de crise das Lojas Americanas, que revelou um rombo de R$ 20 bilhões em seus balanços, gerando uma dívida de R$ 40 bilhões, os investidores estão se perguntando qual é a forma mais segura de investimento. Principalmente, porque o caso acabou respingando em aplicações do Nu Reserva Imediata, o maior fundo de reserva fixa do país.

O fundo da fintech se diz indicado para quem deseja construir uma reserva de emergência e “não abre mão de um retorno melhor do que o da poupança”. Isso ocorre porque o investimento aplicado inicialmente é feito em um fundo CDI (Certificado de Depósito Interbancário). Esse índice de investimento costuma ter um risco extremamente baixo. Entretanto, os investidores que aplicaram no Nu Reserva Imediata perderam dinheiro devido à crise da Americanas.

“O fundo estava entregando um retorno acima do CDI, então estava com mais risco. Se você está investindo num fundo com retorno desse tipo, no longo prazo, para ele ser sustentável, provavelmente está com um risco embutido”, afirmou Gustavo Moreira, coordenador do MBA de Finanças do Ibmec-RJ.

Como investir de forma segura

A ideia é reservar um dinheiro de emergência de forma aplicada com baixo risco de perda. Os títulos pós-fixados são um bom exemplo de aplicação que garante um risco baixo. Entretanto, o investidor não tem como saber quanto vai resgatar.

“Se você investe num fundo com título privado, as debêntures, você corre risco corporativo. Se a empresa não honrar com os pagamentos, como está acontecendo com as Americanas, o preço do título cai e a rentabilidade cai junto. Já títulos pós-fixados não privados, como títulos do governo, atrelados à taxa Selic ou ao CDI, são mais seguros.”, explicou Gustavo.

Algumas opções para investimentos são os papéis do próprio Tesouro Direto e Letras de Crédito Imobiliário (LCIs) ou Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs). Além disso, existem os Certificados de Depósitos Bancários (CDBs) emitidos pelas próprias instituições financeiras que, na prática, o cliente acaba emprestando o dinheiro ao banco e recebe os juros como remuneração, atrelado ao CDI.

Entenda o que significa algumas terminologias

  • Taxa Selic: essa é uma taxa básica de juros do país que é definida pelo Banco Central. Ela é usada como referência para empréstimos e aplicações financeiras.
  • Fundo de investimento: é um tipo de aplicação financeira no qual um ou mais investidores agrupam seus recursos para realizarem aplicações.
  • Renda fixa: nesse tipo de investimento, o cliente “empresta” o dinheiro para alguma instituição financeira. Nesse caso, o cliente aplica o dinheiro no banco e depois recebe o valor com juros.
  • CDB (Certificado de Depósitos Bancários): são títulos emitidos pela própria instituição financeira. Nesse caso, quem compra a aplicação “empresta” o dinheiro para o banco, então recebe remuneração atrelada ao CDI.
  • Debênture: são títulos privados no qual o investidor, ao comprá-los, empresta o dinheiro para a empresa durante certo período. Depois recebe a remuneração. Essa rentabilidade deve variar de acordo com o preço da empresa no mercado.
  • Títulos públicos: são os títulos emitidos pelo Governo Federal. Seu objetivo é captar recursos para o financiamento de dívidas públicas e financiar atividades da educação, saúde e infraestrutura.
  • Tesouro Direto: esse é um programa do Governo Federal, desenvolvido pelo Tesouro Nacional. O objetivo é facilitar o acesso da pessoa física ao investimento público pela internet.
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