Preço do azeite é o maior em 7 anos após inflação do produto

Um dos principais itens da cesta básica, o azeite teve sua maior alta em sete anos após uma inflação registrada em outubro.

Um dos principais produtos do gênero alimentício, o azeite é bastante usado em diversas receitas, sendo útil para temperar saladas ou fazer legumes. Por conta disso, seu preço costuma ser acompanhado anualmente, e em 2023, o item atingiu o seu maior patamar em sete anos, de acordo com dados de outubro do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

Esse aumento ocorre em contrariedade com os demais itens que integram a cesta básica. O preço do óleo vegetal teve uma inflação acumulada em 12 meses, chegando a 26,69%. No acumulado em 12 meses até o mês de outubro, a inflação oficial do País ficou em 4,82%, enquanto alimentos e bebidas registraram uma alta de apenas 0,48%.

De acordo com o professor Felippe Serigati, do Centro de Estudos do Agronegócio da Fundação Getúlio Vargas (FGV Agro), a guerra entre a Rússia e a Ucrânia, que teve início no ano de 2022, acabou afetando estes produtos. “O mercado de óleos vegetais foi fortemente impactado pelo conflito”, diz Serigati. Isso porque ambos os países estão entre os maiores exportadores de óleo de girassol do mundo, responsável por cerca de 80% da produção global.

Preço do azeite tem a maior alta em sete anos

Sendo assim, o azeite ainda pode ter um aumento ainda maior, visto que a resolução dos conflitos entre Rússia e Ucrânia não parece estar próxima. Além disso, questões climáticas passaram a impactar as plantações de oliveiras, enquanto o impacto cambial também é um fator que prejudica o comércio do azeite.

“O câmbio teve uma grande variação este ano. Nós vimos o câmbio operar abaixo de R$ 4,8, mas também perto de R$ 5,20. Toda essa volatilidade se refletiu no preço dos produtos”, comenta Serigati. Ou seja, o dólar acabou sendo também uma má influência para os preços do azeite, visto que a maior parte do produto consumido no Brasil vem do exterior.

Segundo dados do Conselho Internacional de Azeite de Oliva, o Brasil é o terceiro maior importador mundial de óleo de azeite e azeite extra virgem, com 8% de toda a produção global, ficando atrás apenas da União Europeia (17%) e dos Estados Unidos (35%), na segunda e primeira posição do ranking, respectivamente.

Apesar de existir a produção nacional, isso por si só não dá conta do mercado consumidor do país, e por isso não é levada em conta para influenciar nos preços.  “O que o Brasil produz é apenas uma ‘franja’ do nosso consumo”, avalia Serigati.

Deixe uma resposta

Seu endereço de email não será publicado.