CEO da Americanas apresenta novos planos após crise econômica

O objetivo é que o inventário de cada loja seja mais personalizado, atendendo às necessidades específicas de onde a unidade está instalada

A Americanas segue negociando para equalizar sua dívida de quase R$ 40 bilhões. No entanto, com balanços de 2021 e 2022 finalmente reapresentados e acreditando que um novo acordo com os credores possa ser aprovado em 2023, a nova gestão trouxe para os investidores pela primeira vez um desenho do que se imagina ser a empresa após a crise financeira.

Sendo a varejista com o maior número de lojas em atividade no país (são 1.600 unidades espalhadas por todos os Estados), a empresa não almeja ficar de portas fechadas e, inclusive, já planeja uma expansão após 2025, quando acredita que as pendências serão quitadas. A ideia é que os pontos físicos sirvam como principal conexão para construir valor em cima da marca, abrindo margem para o mercado on-line.

De acordo com Leonardo Coelho, atual CEO da Americanas, as lojas da marca não são um peso, muito pelo contrário, são um ativo formidável para construir conexão com seus clientes. Vale destacar que o executivo assumiu a função em fevereiro, pouco depois da breve passagem de Sérgio Rial.

Americanas adota nova abordagem

Coelho destaca que o tema é deixar para trás os “feudos”, garantindo a criação de sinergias entre todas as áreas de negócios. Para ele, no passado, não era possível ter uma visão ampla sobre a empresa e, devido a essa “desatenção”, a fraude foi viabilizada, passando despercebida pelo time geral.

O principal objetivo da gestão atual é fazer o negócio digital ser mais integrado com o físico, que funciona como um hub de entrega das vendas on-line. Para isso, na frente da 1P, isto é, a de venda direta, deve reproduzir mais portfólio da loja física. Podemos usar o segmento de telefonia como um bom exemplo de categoria de atuação.

Existem outras categorias das quais a loja física não é competitiva, mas o seu site é uma referência, como as de linha branca (eletrodomésticos) e linha marrom (equipamentos de áudio e vídeo). A venda será por meio de parceria com grandes fornecedores operando como sellers. “Um super 3P”, define o CEO.

Para Coelho, o setor digital da marca tem se mostrado resiliente, apesar do impacto causado pelas restrições, em especial na publicidade. “Mas o digital da Americanas não vai ser concorrente em tamanho e peso de um Mercado Livre, pelo menos não no curto prazo“, salienta Coelho, acrescentando que o digital vai servir mais como um complemento ao físico.

Vale mencionar que, em 2023, a operação física é o que tem sustentado os negócios do grupo em meio à crise de credibilidade que a Americanas passou a enfrentar após a fraude que resultou no rombo de quase R$ 40 bilhões, em janeiro deste ano. Nos primeiros meses, segundo Coelho, o foco principal foi na categoria de conveniência, tendo em mente todo o problema de fornecimento em decorrência da restrição de liquidez.

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