Centro da Terra: até onde já conseguimos chegar para desvendar os mistérios do planeta

Assim como o fundo do oceano e a imensidão do espaço, as profundezas da Terra guardam inúmeros segredos, sendo um lugar recheado de mistérios que intrigam toda a comunidade científica. Apesar de diversas iniciativas terem cavado quilômetros a dentro da crosta terrestre, em nenhuma das escavações feitas pela humanidade chegaram próximas de ultrapassar a primeira camada do planeta.

Mesmo assim, a ciência consegue, indiretamente, ter uma boa compressão do que acontece no interior do globo, inferindo medidas como temperatura, pressão e alguns componentes químicos das camadas mais profundas da Terra.

Para se ter uma ideia, a crosta terrestre possui uma espessura variável, de modo geral, entre 5 km e 100 km. Logo, pode ser mais fácil atravessá-la onde é mais fina, contudo, esses lugares só podem ser encontrados no fundo do oceano — os continentes são responsáveis por terem as maiores extensões desta camada.

A maior perfuração já feita

Até o momento, a maior escavação já feita pela humanidade aconteceu na Rússia, época da qual ainda era conhecida como União Soviética. Conhecida como “Buraco Superprofundo de Kola”, a empreitada carrega o nome da península noroeste do país que abriga o poço. O buraco foi aberto em 1970, quando a Guerra Fria estimulava ainda mais a disputa e os avanços tecnológicos da nação soviética frente ao dos Estados Unidos. Bem como aconteceu com a corrida espacial, pode-se afirmar que também houve uma corrida para o centro da Terra.

Depois de 20 anos escavando, os soviéticos conseguiram chegar a cerca de 12,2 km de profundidade, tendo sido um recorde que até hoje não foi superado. Apesar do poço de Kola ainda existir, ele se encontra fechado.

No mesmo período, os EUA tentaram cavar um poço no fundo do oceano, justamente pelo fato da espessura da crosta ser mais fina, mas os altos custos do projeto fizeram com que os americanos abandonassem a missão logo no início. A Alemanha também tentou algo similar às duas nações, mas acabou sendo paralisada em 1995, com 9,1 km.

Também em terras alemãs, o artista, escultor e ilustrador estadunidense Walter De Maria criou o conceito de uma obra chamada “O Quilômetro Vertical”. Com a ajuda de uma companhia petrolífera, o artista perfurou 1 km na crosta da cidade de Kassel e o preencheu com uma barra de latão de 5 cm de diâmetro e peso de 18 toneladas.

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