Amazon e Microsoft são alvos de polêmica no Reino Unido; entenda

As companhias vão ser investigadas após um suposto desequilíbrio no mercado tecnológico

Em comunicado emitido na última quinta-feira (5), a Autoridade de Concorrência e Mercados do Reino Unido (CMA, na sigla em inglês) informou que vai investigar os principais provedores de serviços de nuvem. Entre eles estão o Microsoft Azure e o Amazon Web Services (AWS).

A investigação vai ser iniciada devido ao órgão regulador de telecomunicações Ofcom ter encontrado uma série de características na oferta de serviços de nuvem que tornam mais difícil para os clientes mudar e usar vários fornecedores de nuvem.

Big techs na mira das autoridades reguladoras

Neste sentido, o Ofcom identificou problemas com as taxas que os clientes de nuvem têm que pagar para mover seus dados para fora da nuvem, descontos para usar apenas um provedor de nuvem e barreiras técnicas para a troca entre provedores de nuvem.

Além disso, o relatório feito pelo órgão destaca que ouviu as preocupações sobre as práticas de licenciamento de software de alguns provedores de nuvem, em especial o que é administrado pela Microsoft.

A CEO da CMA, Sarah Cardell, disse que o grupo de inquérito independente da CMA fará uma investigação para determinar se a concorrência neste mercado está funcionando bem e, caso não esteja, vai tomar as medidas necessárias para abordar e eliminar quaisquer problemas que encontrar.

Apesar da CMA não citar explicitamente a Amazon, a pesquisa feita pela Ofcom identificou que tanto a Microsoft quanto a companhia fundada por Jeff Bezos controlam aproximadamente 80% da infraestrutura de nuvem pública no Reino Unido. Isso gerou uma preocupação sobre as práticas da AWS e do Azure devido à sua posição no mercado.

Ao que tudo indica, a investigação de mercado da CMA pode levar até 18 meses para ser finalizada, com um prazo estatutário estabelecido para 4 de abril de 2025. O regulador do Reino Unido deve delinear teorias de prejuízo e possíveis soluções que possam englobar a situação.

Entenda o contexto

Em 2022, o grupo comercial Cloud Infrastructure Services Providers in Europe (Cispe), do qual a Amazon faz parte, apresentou uma queixa antitruste à União Europeia. Na época, a Cispe argumentou que a Microsoft utilizava sua influência no software de produtividade para direcionar os clientes europeus para sua própria infraestrutura de nuvem Azure. Apesar da gigante de Redmond ter oferecido algumas concessões de licenciamento, elas não foram suficientes para atender as reclamações.

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