Banco Central analisa que as expectativas de inflação permanecem desvinculadas

Nas análises do Banco Central baseada na ata do Copom, o mercado de trabalho e a ociosidade da economia são fatores relevantes para o comportamento da inflação

Conforme descrito na ata divulgada nesta terça-feira (19) pelo Comitê de Política Monetária (Copom), o Banco Central destaca a análise de que as expectativas de inflação permanecem desvinculadas, gerando apreensão. A evolução do mercado de trabalho e a ociosidade da economia foram apontadas como fatores de relevância para o comportamento dos preços futuros.

O Copom ressaltou a importância da evolução futura do hiato do produto e do comportamento do mercado de trabalho como elementos cruciais para determinar a velocidade com que a inflação alcançará a meta. O hiato do produto, representando o espaço disponível para o crescimento econômico até atingir sua capacidade máxima e iniciar pressões inflacionárias, desempenha um papel fundamental na avaliação da trajetória dos preços.

Análises do Banco Central

  • Decisões do Copom: O Copom considerou a incerteza relacionada à desinflação em economias avançadas. Em uma decisão recente, o Copom optou por diminuir a taxa Selic para 11,75% ao ano, representando o quarto corte consecutivo desde o mês de agosto.
  • Taxa de Juros: A taxa de juros de 11,75% ao ano atinge o nível mais baixo desde março de 2022, quando estava estabelecida em 10,75% ao ano.
  • Cenário Econômico e Emprego: O panorama econômico está diante de obstáculos, evidenciados pela taxa de desemprego alcançando 7,6% no trimestre encerrado em outubro. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) indica uma redução de 26,25% na geração de empregos formais no primeiro semestre, em comparação com 2022. No ano anterior, durante o mesmo intervalo, foram criadas 1,388 milhão de vagas.
  • Preocupações do BC: O documento do Copom expôs a inquietação do Banco Central com a diminuição dos esforços do governo em direção às metas fiscais, ressaltando o possível efeito na taxa de juros neutra da economia e nas políticas monetárias.
  • Desaceleração da Economia: Os indicadores recentes, como o PIB do terceiro trimestre, sinalizaram a desaceleração da economia brasileira. No entanto, mesmo diante desse cenário, observou-se resiliência no consumo das famílias, embora tenha havido alguma moderação no mercado de trabalho.

No que se refere ao ambiente internacional, o Copom identifica uma conjuntura menos desfavorável, caracterizada pela redução das taxas de juros nos Estados Unidos e indícios iniciais de declínio nos núcleos de inflação. Apesar disso, a recente volatilidade e as incertezas no cenário global levam o Comitê a adotar uma postura cautelosa, especialmente em relação aos países emergentes. A próxima reunião do Copom está agendada para os dias 30 e 31 de janeiro de 2024.

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